Pinto do Acordeon

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Francisco Ferreira Lima, amplamente conhecido como “Pinto do Acordeon”, foi um músico cuja jornada musical e vida inspiraram muitos. Sua paixão pela música começou na infância, quando se encantou pelo acordeon, embora seu primeiro contato com um instrumento tenha sido com a tuba. Ele também fez parte da Banda de Música de sua cidade natal.


Aos 14 anos, Pinto do Acordeon finalmente teve a chance de tocar o acordeon, ainda que fosse emprestado, enquanto o dono do instrumento estava hospedado na casa
de seu pai. Essa experiência marcou o início de sua conexão com o instrumento que o tornaria famoso.

Ele ganhou destaque como músico através de suas apresentações ao lado de Luiz Gonzaga, e sua carreira musical decolou na cidade de Patos, tornando-se um ícone da música regional nordestina. Para adquirir sua primeira sanfona, Pinto teve que trabalhar incansavelmente batendo tijolos em uma caieira por três meses, sem ajuda de ninguém.

Ele sempre citou Luiz Gonzaga como sua maior inspiração, lembrando com carinho de um episódio em que Gonzaga ofereceu um show gratuito para a “molecada” que não tinha condições de pagar. Isso demonstra a generosidade e a conexão profunda que Pinto tinha com suas raízes musicais.

 

Pinto do Acordeon não apenas se destacou como intérprete, mas também como compositor. Suas músicas foram consagradas por artistas como Genival Lacerda, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Fagner e Elba Ramalho. Além disso, ele teve a honra de compor junto com Dominguinhos e de se apresentar ao lado de seu maior ídolo, Luiz Gonzaga, de quem ganhou uma sanfona.

 

Entre suas realizações mais notáveis está a canção “Arte Culinária”, escrita em parceria com Lindolfo Barbosa, que fez sucesso com o Trio Nordestino em 1976. Pinto do Acordeon também emplacou sua música “Neném Mulher” como parte da trilha sonora da novela “Tiêta”, da Rede Globo, em 1989. Sua vida e carreira são celebradas em documentários e biografias, incluindo “O Brasil da Sanfona”, dirigido por Sérgio Roizenblit, e a recém-lançada biografia “Por Amor ao Forró – Pinto do Acordeon”, escrita por Onaldo Rocha de Queiroga.

 

Ao longo de sua trajetória, Pinto do Acordeon compôs incríveis 280 obras e gravou 486 músicas de diversos compositores. Após um período afastado dos palcos devido a problemas de saúde, ele retornou aos shows com alegria, afirmando que sua música era sua vida. Pinto do Acordeon deixou um legado musical inestimável e, mesmo após seu falecimento em 21 de julho de 2020, sua música continua viva, tocando os corações daqueles que amam o autêntico forró nordestino.