Nascido em João Pessoa, Paraíba, em 1947, Manfredo Caldas é um cineasta que emergiu na segunda geração de diretores logo após o Movimento Cinema Novo, nos anos 1960. Suas obras são ricas em significados que capturam aspectos fundamentais da cultura nordestina, especialmente no que diz respeito à migração e à transposição dos elementos culturais dos nordestinos para os estados do sul e sudeste do Brasil.

Em 1969, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde inicialmente concentrou seus esforços na montagem cinematográfica, publicidade e na restauração de filmes para a Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna) no Rio de Janeiro. Inspirado por seus estudos sobre a migração dos nordestinos, Manfredo Caldas produziu seu “primeiro” documentário em 1974, intitulado simplesmente “Feira”, que explorou a rica cultura da Feira de São Cristóvão.

Ativo no movimento de valorização e difusão do cinema na década de 80, Manfredo Caldas desempenhou um papel crucial na criação e estabelecimento do “Núcleo de Documentação Cinematográfica da Universidade Federal da Paraíba (NUDOC)”, uma instituição que teve um papel fundamental na revitalização da produção audiovisual na Paraíba.

Seu longa-metragem “Uma Questão de Terra” abordou o problema fundiário do Brasil e recebeu reconhecimento no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de 1988, conquistando também a Margarida de Prata da CNBB. Em 1992, Manfredo assumiu a direção do Polo de Cinema e Vídeo de Brasília.